Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO | Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial | 21 de março de 2021

A COVID-19 tem tido consequências devastadoras para as populações de todo o mundo, mudando a forma como vivemos, trabalhamos e socializamos. Contudo, embora todos sejamos vulneráveis a esta doença, alguns são mais vulneráveis do que outros. Entre as minorias raciais e étnicas, por exemplo, a pandemia está a ter um custo desproporcionalmente elevado. Para resolver esta situação, em dezembro de 2020, a UNESCO adotou o Apelo Mundial contra o Racismo. Salientando que "a pandemia de COVID-19 desencadeou, por sua vez, uma perigosa pandemia de desinformação, discurso de ódio e violência contra certas etnias ou nacionalidades", este apelo enfatiza a necessidade urgente de combater o racismo e a discriminação que continuam a atormentar as nossas sociedades. No momento atual, em que as vacinas oferecem uma nova esperança para o futuro, devemos não só permanecer firmes nos nossos discursos e convicções, mas também transformar as nossas palavras em atos No momento atual, em que as vacinas oferecem uma nova esperança para o futuro, devemos não só permanecer firmes nos nossos discursos e convicções, mas também transformar as nossas palavras em atos. Por este motivo, neste Dia Internacional, a UNESCO exorta a humanidade a defender a justiça social e a igualdade, e a atender ao apelo contra o racismo e a discriminação, tendo em vista a construção de uma sociedade mais inclusiva e tolerante - uma sociedade livre de todas as formas de violência. No entanto, não podemos fazer isto sozinhos. Este esforço mundial depende do empenho dos governos, da sociedade civil, das comunidades académicas e científicas, do setor empresarial, das partes interessadas e das organizações internacionais. No entanto, não podemos fazer isto sozinhos. Este esforço mundial depende do empenho dos governos, da sociedade civil, das comunidades académicas e científicas, do setor empresarial, das partes interessadas e das organizações internacionais.

A UNESCO está a fazer a sua parte. Com base na sua longa experiência neste domínio, está a desenvolver um roteiro antirracismo para documentar políticas e práticas eficazes que contrariem este flagelo. Isto significa encontrar pontos de comparação, e aprender com eles. Significa assegurar que as leis e instituições estão livres de preconceitos, e significa tomar medidas positivas. Pois podemos mudar as mentalidades e aprofundar a compreensão deste problema, através da Educação para a Cidadania Global e do diálogo intercultural. Podemos eliminar preconceitos on-line, por exemplo, através do desenvolvimento de uma recomendação sobre a ética da inteligência artificial. Podemos fomentar a compreensão mútua, a reconciliação e a cooperação, apoiando a investigação e a educação sobre o tráfico de escravos e a escravatura. Para galvanizar estes esforços, a 22 de março de 2021, acolheremos um Fórum Mundial contra o Racismo e a Discriminação que reunirá os nossos parceiros e proporcionará um espaço de partilha de pontos de vista e de soluções para este problema. A diferença é fonte de riqueza e de força. A diversidade dos seres humanos e das civilizações humanas é o que torna o mundo mais belo. Nas palavras do Maliano Amadou Hampâté Bâ, "Como seria aborrecido e monótono um mundo uniforme, um mundo onde todos, cortados do mesmo pano, pensassem e vivessem da mesma maneira! Sem nada a aprender com os outros, como poderíamos enriquecer-nos a nós próprios?”