A UNESCO concedeu o estatuto de património cultural imaterial à tradição de fazer a baguette francesa.
Vários especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), reunidos no passado dia 30 de novembro, em Marrocos, decidiram que a baguette francesa, feita de farinha, água, sal e fermento, merecia o reconhecimento da ONU, concedendo-lhe o estatuto de património cultural imaterial.
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, disse que a decisão é não só um tributo à baguette como honra também "a perícia dos padeiros artesanais" e o "ritual diário" de comprar e comer pão de baguette. "É importante que esses conhecimentos artesanais e práticas sociais possam continuar a existir no futuro", acrescentou a ex-Ministra da Cultura francesa.
Curiosidades sobre a baguette
Embora a baguette seja um produto francês por excelência, diz-se que este tipo de pão foi inventado pelo padeiro August Zang, nascido em Viena, em 1839. Zang instalou o forno a vapor em França, tornando possível produzir pão com uma crosta quebradiça e um interior macio.
Mas, apesar de ser um elemento aparentemente imortal na vida francesa, a baguette só ganhou oficialmente esse nome em 1920, quando uma nova lei especificou o seu peso mínimo (80 gramas) e comprimento máximo (40 centímetros).
Um conto popular diz que Napoleão ordenou que o pão fosse feito em palitos finos que pudessem ser mais facilmente carregados pelos soldados. Outro conto liga as baguettes à construção do metro de Paris no final do século XIX e à ideia de que eram mais fáceis de rasgar e dividir, evitando discussões entre os trabalhadores e a necessidade de facas.